Quem é adulto já sentiu, pelo menos uma vez, aquela sensação de desconforto extremo que pode afetar atividades diárias como estudos e trabalho. É a dor de cabeça, conhecida também como cefaléia. Se você já teve a sensação de que a ocorrência de dores de cabeça é uma queixa mais comum nas mulheres, saiba que não é apenas uma impressão.
Estudos têm comprovado que as mulheres são as que mais sofrem deste mal. Dados da Sociedade Brasileira de Cefaleia, por exemplo, indicam que as dores crônicas na região do crânio atingem cerca de 20% das mulheres no país. Nos homens, a porcentagem diminui para entre 5% e 10%.
Entre as dores de cabeça mais relatadas pelas mulheres, destacam-se:
A frequência, a duração e a intensidade das dores de cabeça tendem a ser maiores em mulheres por estarem relacionadas ao ciclo hormonal feminino, de acordo com a neurologista Denise Leal. “Muitas pesquisas apontam que alterações nos níveis de hormônios durante a menarca (primeira menstruação), menstruação, gravidez e menopausa podem afetar a frequência da enxaqueca e outros tipos de dores de cabeça. Antes da puberdade, a frequência de dores de cabeça costuma ser a mesma para meninos e meninas”, afirma a médica.
É por isso que a dor de cabeça em mulheres é mais comum em mulheres em idade fértil, período compreendido entre a primeira e a última menstruação. Durante a gestação e após a menopausa, as dores de cabeça tendem a diminuir de frequência ou até mesmo desaparecer.
A neurologista explica ainda que as mulheres têm um tipo diferente de enxaqueca, que é puramente menstrual: são crises que ocorrem exclusivamente entre os primeiros dois dias antes da menstruação até três dias depois do término do sangramento.
“O uso de terapia hormonal oral e anticoncepcional é um fator que pode piorar as dores de cabeça pela flutuação hormonal que causam. Isso vai depender muito do tipo de hormônio utilizado, pois existem diferentes combinações de hormônios. Algumas têm doses intermediárias e mais estáveis ao longo do ciclo, o que pode até melhorar a frequência das dores de cabeça”, diz Denise.
Ainda que a maioria das dores de cabeça não preocupe e possa ser tratada em casa com analgésicos comuns, evite a automedicação e consulte um profissional da saúde para receber orientações específicas. Conheça os sintomas indicadores de que você deve agendar uma consulta com o neurologista:
Outros tipos de dor de cabeça, ainda que não tão preocupantes, também devem ser levados ao conhecimento do neurologista para investigação e indicação de tratamento adequado:
“Existem tratamentos para diminuir a frequência das dores de cabeça, o que impacta significativamente na qualidade de vida do paciente. Na dúvida, procure um neurologista pois ninguém merece viver com dor”, orienta a doutora Denise.