Quando devo me preocupar com sinais e pintas no corpo?

A pele é o maior órgão do corpo humano e desenvolve diferentes funções no nosso organismo. Ao longo da vida, podem surgir sinais, pintas ou manchas, mas alguns aspectos e mudanças nesses merecem atenção especial. Entrevistamos a dermatologista Letícia Eidt para entender o que observar nesses sinais e pintas para ajudar a identificar possíveis problemas, como o câncer de pele ou outras condições dermatológicas.

Sinais: o que são e como identificá-los

Sinais ou pintas são lesões de pele que já podem estar presentes no nascimento ou surgirem ao longo da vida. Eles podem ser de diferentes formatos, cores e tamanhos. Podem ser benignos, como sardas que aparecem devido à exposição ao sol, e a maioria das pintas. “Entretanto, os sinais e as pintas benignos podem sofrer transformação maligna ou já surgirem como lesões malignas deste o seu início (diferentes tipos de câncer de pele, entre eles, o melanoma)”, explica a dermatologista.

O que observar em um sinal?

Leticia explica que,  para identificar sinais, lesões ou pintas preocupantes, é preciso utilizar a regra do ABCDE, amplamente recomendada por dermatologistas:

• A, de Assimetria: um sinal benigno geralmente é simétrico. Se uma metade for diferente da outra, é um alerta.
• B, de Bordas: bordas irregulares ou mal definidas também podem ser sinais de alerta.
• C, de Cor: sinais com várias cores ou que mudam de cor ao longo do tempo precisam ser avaliados.
• D, de Diâmetro: pintas ou sinais maiores que 6 mm (aproximadamente o tamanho de uma borracha de lápis) podem ser suspeitos.

E, de Evolução: qualquer mudança no tamanho, forma, cor ou textura de um sinal existente deve ser observada com cuidado.

Tipos de lesões na pele que merecem observação

• Pintas (nevos): geralmente são benignas, mas podem sofrer transformação maligna. É importante monitorá-las.
  
• Manchas senis: surgem nas peles mais claras e sensíveis por exposição solar inadequada. Costumam se manifestar em pessoas mais velhas, pois houve acúmulo de dano solar. Também merecem acompanhamento dermatológico  apesar de benignas, pois indicam que já houve exposição solar inadequada. Podem ser mais escuras ou mais claras que o tom de pele.
  

Lesões de pele: quando surgem subitamente e crescem rápido, não cicatrizam e sangram.

Quando procurar um dermatologista?

Consultas regulares ao dermatologista são a melhor forma de se fazer prevenção, principalmente para quem tem histórico familiar de câncer de pele ou alta exposição ao sol. A dermatologista afirma que é essencial consultar um dermatologista periodicamente e sempre que você perceber:

1. Um sinal que atende a um ou mais critérios da regra do ABCDE.

2. Mudanças rápidas e significativas em um sinal existente.

3. Sinais que sangram, coçam de forma persistente ou apresentam textura diferente (áspera e descamativa). 4. Qualquer sinal em áreas de fricção, como axilas ou planta dos pés, que cause desconforto.

“O exame físico dermatológico e a dermatoscopia (exame da pele com microscópio de superfície) permitem detectar, precocemente, transformações malignas de pintas pré-existentes ou do câncer de pele na sua forma inicial”, explica Leticia.

Prevenção e cuidados diários com a pele

Adotar medidas de proteção solar e cuidado da pele diariamente é importante para evitar o surgimento de manchas e sinais na pele. Veja algumas dicas:

• Use protetor solar com fator de proteção adequado ao seu tipo de pele
  Evite exposição solar em horários de pico (10h às 16h) e proteja-se na sombra durante esses horários.
• Utilize roupas, bonés e chapéus que tenham protetor solar no seu tecido.
• Hidrate-se e mantenha a pele bem hidratada.
• Realize autoexames da pele regularmente Embora nem todo sinal e pinta (novo ou antigo) seja motivo de preocupação, estar atento às mudanças na pele é essencial para manter a saúde em dia.

Além disso, consultar um dermatologista ao notar alterações pode fazer toda a diferença na prevenção e no diagnóstico precoce de condições mais graves. Cuide da sua pele e fique atento aos sinais que ela pode estar enviando! 

Dra. Letícia Maria Eidt

Médica dermatologista, especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, em Hansenologia pela Sociedade Brasileira de Hansenologia e em Saúde Pública pela Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul. Doutora em Gerontologia Biomédica pela PUCRS.