A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo excesso de peso resultante do acúmulo de gordura corporal. A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a condição uma séria epidemia de saúde pública global, afetando cada vez mais a população – incluindo as crianças.
Mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo são obesas, sendo 340 milhões adolescentes e 39 milhões crianças, de acordo com dados da OMS. No Brasil, estima-se que 6,4 milhões de crianças tenham excesso de peso e 3,1 milhões já evoluíram para obesidade, segundo o Ministério da Saúde.
O excesso de peso entre os pequenos pode ocorrer por diversos fatores, entre eles os genéticos, sedentarismo, disfunções hormonais, ansiedade e uso de medicamentos à base de corticoides. A má alimentação, no entanto, é a principal causa para o desenvolvimento da obesidade infantil.
A doença está associada a inúmeros problemas de saúde, como a diabetes, hipertensão e colesterol alto, gerando consequências até a vida adulta. Por isso, a melhor forma de prevenir a obesidade é criar um estilo de vida saudável desde cedo, inclusive durante a gravidez.
Diferente dos adultos, cuja obesidade é considerada quando o Índice de Massa Corporal (IMC) está acima de 30, nos pequenos o IMC pode variar de acordo com a idade e sexo. Os cálculos do IMC são realizados com base em uma tabela de padrões de crescimento infantil disponibilizada pela OMS, que deve ser avaliada por um pediatra.
De acordo com a terceira edição do Manual de Orientação Obesidade na Infância e Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), é possível identificar critérios para o diagnóstico da obesidade infantil por meio da anamnese, coleta de dados associados à nutrição da criança e exame físico, que tem por objetivo avaliar o peso, altura, IMC e circunferência abdominal da criança.
Realizar mudanças de hábitos nem sempre é fácil, principalmente com as crianças. Conforme o manual da SBP, o plano de tratamento deve ser traçado de forma individualizada e realizado de maneira gradativa, sempre em conjunto com a criança e a sua família.
A imposição de dietas rígidas e extremamente restritivas devem ser evitadas. A SBP aponta que “o planejamento inadequado da intervenção dietética pode levar à diminuição da velocidade de crescimento e à redução da massa muscular”.
É necessário que o tratamento nutricional contenha uma dieta balanceada, com distribuição adequada de nutrientes e orientação alimentar que possibilite a escolha de alimentos de ingestão habitual ou de mais fácil aceitação por parte da criança.
As mudanças devem ser discutidas com a criança ou o adolescente juntamente com suas famílias. Este processo, segundo a SBP, é fundamental para manter a confiança no profissional e dar continuidade ao tratamento.
O estímulo dos pais na adoção de hábitos saudáveis durante o desenvolvimento da criança é essencial. A alimentação adequada – orientada por um nutricionista ou nutrólogo – associada a atividades físicas contribui para que a criança cresça de forma saudável e com qualidade de vida.
Além disso, também é preciso acrescentar atividades físicas na rotina das crianças. Isso porque os exercícios previnem contra o sedentarismo, ajudam no crescimento e fortalecimento dos ossos e músculos, melhoram o humor e a autoestima, auxiliam no sono, além de promover a queima de calorias.
As atividades podem incluir esportes como futebol, vôlei, judô, natação, dentre outros, bem como aulas de dança, musculação – com a recomendação de um médico e supervisão de um profissional da área de educação física – e brincadeiras ao ar livre, como pega-pega e esconde-esconde.
É importante ressaltar que o uso de telas é cada vez mais recorrente no dia a dia das crianças, assim, limite também o tempo de uso de aparelhos como smartphones, tablets e televisão.
Fonte: hygia saúde