O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no Brasil, excluindo os tumores de pele não melanoma. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados 73.610 novos casos da doença para cada ano do triênio 2023-2025, o que representa uma incidência de 41,89 casos por 100 mil mulheres.
Fundamental na detecção precoce do câncer de mama, a mamografia é um exame de raio-X das mamas capaz de identificar nódulos e outras alterações antes mesmo que sejam percebidos ao toque. Essa detecção precoce é essencial, pois permite que o tratamento seja iniciado em estágios iniciais, aumentando significativamente as chances de cura e reduzindo a necessidade de procedimentos mais agressivos, como mastectomias radicais ou quimioterapia intensiva.
As recomendações para a realização da mamografia variam conforme as diretrizes adotadas. No Brasil, existem diferenças entre as orientações do Ministério da Saúde e das sociedades médicas especializadas.
Além da idade e do histórico familiar, outros fatores de risco podem influenciar a recomendação para mamografias mais precoces ou frequentes. Entre esses fatores estão:
É importante diferenciar a mamografia de rastreamento e a mamografia diagnóstica:
Se uma alteração for detectada na mamografia de rastreamento, exames adicionais, como ultrassonografia ou biópsia, podem ser solicitados para uma avaliação mais detalhada.
Embora a mamografia seja o principal exame para rastreamento do câncer de mama, ela não é infalível. Em alguns casos, especialmente em mulheres com mamas densas, pequenas alterações podem passar despercebidas.
O oncologista Alexei Peter dos Santos, mestre em Educational Technology pela Universidade da British Columbia, Vancouver - Canadá, enfatiza a importância de avaliações individualizadas:
"O exame de rastreamento só começa o processo. Ele não necessariamente é definitivo. Às vezes, a mamografia não determina a lesão, mas o médico palpou, achou, a paciente notou. Tem outras coisas que vão ser discutidas naquele momento."
Quando a mamografia não consegue fornecer um diagnóstico conclusivo, exames complementares podem ser necessários, como:
Detectar o câncer de mama em estágio inicial faz toda a diferença no tratamento e prognóstico. Quando diagnosticado precocemente, as chances de cura superam 90%. Além disso, os tratamentos costumam ser menos invasivos e com menos efeitos colaterais.
A mamografia continua sendo a principal ferramenta na prevenção do câncer de mama, reduzindo significativamente a mortalidade associada à doença. Seguir as orientações médicas e realizar o exame dentro das faixas etárias recomendadas são passos essenciais para a saúde feminina.
Além da mamografia, algumas medidas ajudam na prevenção do câncer de mama:
O autocuidado e o acompanhamento médico são fundamentais. A informação é uma grande aliada na luta contra o câncer de mama, permitindo que mais mulheres tenham acesso ao diagnóstico precoce e ao tratamento adequado.
Médico oncologista, mestre em “Educational Technology” pela Universidade da British Columbia (Vancouver - Canadá). É presidente do Instituto de Inovação e Ensino em Saúde (Intes) e da Aliança Internacional para Redução de Agravos em Saúde (Airas). Também é embaixador da African Global Health no Brasil e médico colaborador do Instituto Camaleão.