Você está distraída fazendo as atividades do seu dia quando, de repente… opa! algumas gotinhas escaparam. O que a princípio gera dúvidas sobre o que possa estar acontecendo, em algumas semanas torna-se um diagnóstico claro: incontinência urinária. Com o tempo, o pequeno desconforto começa a interferir na vida cotidiana, fazendo com que pense duas vezes antes de praticar exercícios, beber água e até sair de casa. A autoestima é afetada e muitas passam a evitar compromissos sociais, isolando-se. Tudo por medo de passar um constrangimento em público.
Ainda que isso não tenha acontecido com você, é possível que esteja afetando alguma amiga próxima. Com maior prevalência entre as mulheres, especialmente após a menopausa, a perda involuntária de xixi é enfrentada por muitas, mas comentada por poucas. Foi o que descobriu a jornalista Patricia Parenza ao vivenciar essa situação. Perceber como o assunto ainda era tratado como tabu motivou-a a falar abertamente sobre o assunto. Sócia da consultoria As Patricias, a jornalista especializada em moda foi além: transformou seu Instagram em um espaço para debater temas voltados à saúde e à autoestima de mulheres maduras - um universo no qual, volta e meia, a incontinência urinária aparece.
"Tenho incontinência urinária há muito tempo, desde os 42 anos. É de origem genética, pois minha mãe também tem. Percebi um dia que saí para dançar com amigas. O álcool relaxa os músculos, e escapou um pouco de xixi. Depois disso, toda vez que eu tossia e espirrava com muita força, voltava a acontecer", lembra a jornalista. Um dia, ao perder urina durante uma aula de kangoo, ela decidiu conversar sobre o tema com a professora. Foi quando deparou com a primeira de uma série de tabus que cercam a incontinência urinária: a de que se trata de algo normal.
Informada pela professora de que o problema era comum e não tinha tratamento, Patricia não se conformou e decidiu buscar ajuda médica. A uroginecologista Daiane Gottlieb explica que, de fato, a incontinência urinária não deve ser vista como algo normal. "Ela pode até ser muito comum depois de uma idade, mas não é obrigatório conviver com ela. O fato de o acesso à informação estar mais fácil ajuda. Ainda assim, muitas pacientes não buscam tratamento por vergonha ou por acreditar que é parte do processo de envelhecimento", diz a médica, que é preceptora da Residência em Ginecologia e Obstetrícia na Santa Casa/UFCSPA e professora assistente de Ginecologia e Obstetrícia na Unisinos.
A médica também desfaz outro mito sobre a incontinência urinária: o de que ela afeta apenas pessoas idosas. Tanto não é verdade que Patricia começou a sentir os sintomas aos 42 anos, antes mesmo da menopausa. "A gente sabe que perto da sexta década de vida é quando começa a aumentar a incidência, mas há casos de pacientes na faixa dos 30 anos. Recentemente, atendi uma paciente de 28 anos com essa queixa", explica a doutora Daiane.
Algumas das causas mais comuns da incontinência urinária podem estar relacionadas com:
Como a perda de urina pode ser causada pela flacidez do assoalho pélvico, um dos pilares do tratamento inicial está justamente no fortalecimento desse conjunto de músculos e ligamentos que sustentam órgãos como útero, reto, intestino e, claro, a bexiga. Isso é possível graças à fisioterapia pélvica, que, como explica a doutora Daiane, é uma das primeiras estratégias de tratamento e tem benefícios em todas as situações de incontinência urinária: "São exercícios preventivos que todos deveriam saber fazer em casa, pois se beneficiariam". Por isso, foi o primeiro caminho adotado por Patricia Parenza.
"Fiz quase um ano de fisioterapia pélvica, duas vezes por semana, e exercícios diários que a fisioterapeuta me passava. Fiquei super bem. Então, comecei a entrar na pré-menopausa, aos 46 anos. Estou na perimenopausa [período no qual a menstruação começa a espaçar e o organismo produz pouco estrogênio e progesterona], e com isso, a produção de colágeno também despenca. Resultado: comecei a ter escape de xixi de novo.", conta Patrícia.
Em casos de incontinência urinária persistente, a doutora Daiane apresenta, além da fisioterapia pélvica, duas opções de tratamento:
Em meio às suas pesquisas por tratamentos não invasivos para a incontinência urinária, Patricia conheceu também um dos tratamentos mais modernos disponíveis, o laser Fotona. Trata-se de um laser íntimo com ponteira específica para o canal vaginal, que induz a produção de colágeno, elastina e, também, de novos vasos na área de aplicação.
"O fotona é uma alternativa para a incontinência urinária, especialmente a incontinência de esforço leve. Ele é um laser de erbium que tem afinidade pela água. Através de um efeito fototérmico, faz contração nos tecidos, estimulando a produção de colágeno e elastina. Na aplicação vaginal, direciona-se a energia para o assoalho pélvico, reforçando os ligamentos e melhorando a sustentação da região o que ajuda a paciente a ter mais controle dos seus esfíncteres. Outra ação do laser é estimular um remodelamento do trofismo vaginal, melhorando a capacidade de lubrificação, entre outros benefícios. É um excelente tratamento não invasivo para as pacientes com pequenos escapes de urina", explica a dermatologista Fairuz Helena Castro, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.
"Já fiz duas sessões, e já percebi, por exemplo, a mudança no jato do xixi. Porque quando você está com incontinência urinária, o jato é disperso, e voltou a ser mais linear. Vou fazer mais duas sessões para ter mais resultados. O Fotona também é bom porque ajuda na lubrificação, pois o ressecamento é uma das queixas das mulheres da minha faixa etária", relata a jornalista.
A doutora Daiane comenta que a técnica está entre as alternativas modernas que usam diferentes tipos de energia, como o laser fracionado e CO2. "São técnicas novas que ainda estão em uso experimental. Há bastante gente fazendo e tendo bons resultados. Mas, justamente por ser tão recente, não há comprovação científica e não pode ser considerada como tratamento único: deve ser sempre individualizado e associado a outros tratamentos convencionais", recomenda a uroginecologista.
O importante, sempre, é dar início a um tratamento individualizado. "Não existe receita de bolo. Tem paciente que vai resolver o problema só com fisioterapia pélvica, outras que vão precisar de remédio ou de intervenção cirúrgica", explica Daiane. Seja qual for o seu caso, saiba que a situação é reversível com tratamento e acompanhamento médico.
Comente com as amigas e troque mais informações - é possível que alguém também esteja passando por essa situação. Ultrapassando tabus, conquistamos mais qualidade de vida!
Qual o nome completo e o telefone da dra.Daiane.gostaria?de uma consulta
Olá, Rosa.
O nome da médica uroginecologista é Daiane Gottlieb, não temos seu contato para consultas. Sugerimos que você tente encontrar através dos buscadores de pesquisa 😉
Panvel, bem você!