Desde 2008, a cada 21 de setembro é celebrado o Dia Mundial da Doença de Alzheimer e o Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer. O objetivo é aumentar a conscientização e desafiar o estigma que cerca a demência.
A Doença de Alzheimer, também conhecida como Mal de Alzheimer, é a forma mais comum de demência neurodegenerativa em pessoas idosas, sendo responsável por mais da metade dos casos de demência nessa faixa etária. O Ministério da Saúde define a Doença de Alzheimer como um transtorno neurodegenerativo progressivo e fatal que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória, comprometimento progressivo das atividades de vida diária e uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e de alterações comportamentais.A doença se instala no organismo quando o processamento de certas proteínas do sistema nervoso central começa a dar errado. É quando aparecem, então, fragmentos de proteínas mal cortadas, tóxicas, dentro dos neurônios e nos espaços que existem entre eles.
A perda progressiva de neurônios ocorre como consequência dessa toxicidade, afetando a memória, o raciocínio, entre outros fatores. Ainda que a causa do Alzheimer seja desconhecida, acredita-se que exista uma predisposição genética.
O primeiro e mais característico sintoma do Mal de Alzheimer é a perda de memória recente. Com o avanço da doença, aparecem os sintomas mais graves, como, a perda de memória remota (ou seja, dos fatos mais antigos), bem como irritabilidade, falhas na linguagem, prejuízo na capacidade de se orientar no espaço e no tempo.
De acordo com o Ministério da Saúde, os principais sinais e sintomas do Alzheimer são:
De acordo com a neurologista Renata Barbosa, do Instituto Atenas, a família é o ponto de apoio desse paciente: nela estão preservadas suas memórias. “É importante a família buscar conhecer sobre a demência e sua evolução, para saber o que esperar e como lidar com esse familiar ao longo do processo”, explica a neurologista.
A médica também orienta ser necessárias compreensão e paciência, pois com a perda da memória e das funções executivas, torna-se necessário, por exemplo, responder muitas vezes a mesma coisa, assim como auxiliar em funções corriqueiras. “É recomendado evitar confrontar, evitar dizer que já falou aquilo, ou questionar se não se lembra de alguma coisa. Com a evolução da doença, invertem-se os papéis: os filhos passam a cuidar dos pais, e também a tomar decisões por eles”, diz Renata.
A Doença de Alzheimer costuma evoluir para vários estágios de forma lenta e persistente. O quadro clínico geralmente é dividido em quatro estágios:
“O acompanhamento médico desde o início dos primeiros sinais é essencial para avaliação sobre o início de medicações específicas, que têm o objetivo de retardar a evolução da doença. Além disso, são avaliadas outras condições que podem ser diagnósticos diferenciais, e outras questões de saúde que contribuem para piora do quadro”, explica a neurologista Renata.
O médico neurologista ou geriatra será responsável por gerenciar esse cuidado e orientar tanto em relação a medicamentos quanto aos sintomas esperados e formas de lidar com eles.
A neurologista Renata Barbosa orienta a buscar informações sobre a Doença de Alzheimer, o acompanhar o familiar nas consultas e tirar suas dúvidas com o médico. “Ter um familiar de primeiro grau com a doença é um fator de risco para você, mas não é uma sentença de que você também desenvolverá a doença de Alzheimer. Os estudos mais recentes mostram que pelo menos 40% das demências poderia ser evitadas cuidando de 14 fatores de risco modificáveis ao longo da vida, invista neles: educação/escolaridade, perda auditiva, hipertensão arterial, tabagismo, obesidade, depressão, sedentarismo, diabetes, consumo de álcool, traumatismo craniano, poluição do ar, isolamento social, perda de visão não tratada, colesterol LDL (colesterol ruim) alto”, indica a médica.