Cuidar da saúde do coração é zelar por uma vida longa, com qualidade e bem-estar. Afinal, as doenças cardiovasculares (DCV) estão associadas associadas às principais causas de morte e incapacitação entre as doenças crônicas não transmissíveis, de acordo com o Ministério da Saúde.
O relatório “Carga global de doenças e fatores de risco cardiovasculares”, publicado em dezembro de 2023 no Journal of the American College of Cardiology, mostra que um grupo de 18 doenças cardiovasculares tirou a vida de aproximadamente 400 mil brasileiros em 2022. O dado aponta para a importância de um conjunto de medidas para preservar a saúde do coração.
A sequência de cuidados com o coração inclui alimentação equilibrada, sono adequado, prática regular de exercícios físicos e manejo do estresse. Saiba mais sobre cada um desses pilares:
De acordo com a cardiologista Agda Mezzomo, a alimentação tem papel importante na saúde cardiovascular, influenciando diretamente fatores de risco como colesterol, pressão arterial, peso corporal e níveis de açúcar no sangue.
“A alimentação saudável é um dos pilares para a prevenção de doenças cardiovasculares. Adotar hábitos alimentares saudáveis desde cedo pode trazer benefícios significativos para a saúde do coração a longo prazo”, afirma a médica.
A cardiologista Mariana Porto aponta a existência de uma “geração praticidade”, que facilita a compra de alimentos prontos ou congelados. Essa praticidade não significa, necessariamente, cuidado com a saúde. Ainda que a má alimentação possa ocorrer em qualquer geração, alguns padrões e tendências variam de acordo com a época e o contexto social, de acordo com a doutora Agda:
A cardiologista Agda Mezzomo explica que as questões genéticas têm papel significativo no desenvolvimento de doenças cardiovasculares: “a herança genética pode influenciar diversos aspectos relacionados ao risco de DCV, como metabolismo lipídico, pressão arterial, resposta inflamatória e função endotelial.”
Apesar da influência genética, a modificação de fatores de risco através de um estilo de vida saudável pode reduzir significativamente o risco de DCV. Há dois grupos de fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares: aqueles considerados modificáveis, como o estilo de vida, e os considerados não modificáveis, como a genética e a idade.
É por isso que, apesar da influência da genética, ela não é determinante na maioria das vezes, de acordo com a cardiologista Mariana Porto. Em geral, para que a doença cardiovascular se desenvolva, é preciso que exista, além da genética favorável, um ambiente propício (alimentação desequilibrada, má higiene do sono, falta de prática de exercícios físicos etc).
“Cabe ressaltar que isso é diferente das doenças que são hereditárias. Existem doenças que são passadas de geração em geração, que precisamos fazer rastreio na família. Nas doenças hereditárias, o ambiente não influencia tanto. Mas quando a gente fala de infarto ou de colesterol alto, a predisposição genética precisa de um ambiente favorável para que a doença se estabeleça”, afirma Mariana Porto.
Você já sabe que o estilo de vida é fundamental para a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida. Os hábitos saudáveis também são determinantes na prevenção de doenças cardiovasculares. Isso ocorre porque o estilo de vida saudável é o que está ao alcance da maioria das pessoas para evitar o desenvolvimento de DCV.
Se uma pessoa jovem consegue mudar o estilo de vida, adotando hábitos saudáveis, é possível que não sinta, lá na frente, os efeitos de maus hábitos da adolescência ou do início da vida adulta. O problema é a manutenção, por muito tempo, de hábitos de vida nocivos. Isso aumenta tanto o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares (principalmente pressão alta e colesterol alto) como o risco do desenvolvimento de eventos cardiovasculares mais graves, pois essas doenças que podem se desenvolver são fatores de risco para infarto e AVC.
“Infelizmente, a maioria das pessoas acaba prestando atenção ao estilo de vida apenas depois de ter tido algum evento cardiológico na família ou em si próprio. A gente não deveria precisar passar por essa situação para precisar passar por isso com um olhar de melhora de qualidade de vida”, orienta Mariana.
Com cuidados e hábitos saudáveis, fica tudo bem! Não existe idade para mudar os hábitos, mas quanto mais cedo se adota um estilo de vida saudável, melhor para a saúde do nosso coração!