Seja em forma de celular, televisão ou computador, as telas podem afetar a forma como as crianças e adolescentes aprendem, pensam e se comportam. Neste Setembro Amarelo, dedicado à campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, é importante que os pais avaliem os riscos e benefícios dos dispositivos digitais para a saúde mental dos flhos e estimulem a adoção de hábitos em busca de um equilíbrio saudável.
O professor do curso de Psicologia da Universidade Feevale Marcus Levi Lopes Barbosa explica que os principais perigos do uso excessivo de telas por crianças e adolescentes têm sido amplamente estudados e incluem impactos na saúde mental, física e no desenvolvimento social. Ele enumera os principais riscos identificados pela literatura científica:
“Esses riscos são amplificados pelo tempo excessivo de exposição e pela falta de supervisão e orientação adequada dos pais ou responsáveis. Contudo, é importante também considerar que o uso de telas não é sempre prejudicial e pode trazer benefícios quando moderado e utilizado para fins educativos ou de desenvolvimento. O equilíbrio e a supervisão são essenciais para minimizar esses riscos”, orienta o professor.
De acordo com o professor da Universidade Feevale, os pais têm papel fundamental na redução dos riscos associados ao uso de telas por crianças e adolescentes. Ele explica que a literatura científica sugere várias estratégias que os pais podem adotar para ajudar a gerenciar o tempo de tela de seus filhos de forma saudável:
“Os pais também podem incentivar atividades fora das telas, como esportes, leitura, brincadeiras ao ar livre e hobbies. Estas são atividades essenciais para o desenvolvimento equilibrado da criança. Isso ajuda a garantir que o uso de telas não substitua outras experiências fundamentais para o desenvolvimento físico e social dos seus filhos”, afirma o professor.
Além disso, utilizar ferramentas de controle parental para monitorar o conteúdo e o tempo de uso pode ser útil, especialmente para crianças mais novas. No entanto, é importante que essa supervisão seja feita de forma aberta e comunicativa, para que as crianças entendam o propósito por trás das restrições.
O professor de Psicologia da Universidade Feevale explica que o conceito de uso saudável de telas por crianças e adolescentes é amplamente discutido na literatura e envolve equilibrar o tempo de tela com outras atividades essenciais para o desenvolvimento físico, emocional e social.
“Um uso saudável de telas não deve interferir em atividades fundamentais como o sono, a prática de exercícios físicos, o tempo ao ar livre, o estudo, e as interações sociais presenciais. Crianças e adolescentes devem ter uma rotina diversificada que inclua tempo para brincadeiras criativas, esportes, leitura e interações sociais”, afirma Barbosa.
Conheça algumas ações importantes para o uso saudável de telas por crianças e adolescentes:
“Pais ou responsáveis que se envolvem no uso de mídia junto com seus filhos ajudam a contextualizar e discutir o conteúdo consumido. Essa co visualização e coparticipação ajudam as crianças a desenvolverem um pensamento crítico sobre o que estão assistindo e promovem uma compreensão mais profunda dos conteúdos”, afirma o professor.
Também é importante reconhecer que o uso saudável pode variar conforme a idade, necessidades individuais e contextos sociais e culturais. O uso de telas para aprendizado em ambientes educacionais pode ser mais intenso sem necessariamente ser prejudicial, desde que outros aspectos do bem-estar sejam atendidos.
De acordo com o professor de Psicologia, educar crianças e adolescentes sobre o uso consciente e crítico da tecnologia é essencial: “Isso inclui ensiná-los sobre os perigos do ciberbullying, privacidade online e a distinção entre conteúdo real e fake news. Promover uma alfabetização midiática desde cedo pode ajudar a reduzir alguns dos riscos associados ao uso de telas.”Por outro lado, Barbosa afirma que é preciso considerar os potenciais benefícios do uso de telas, quando bem direcionado. “Tecnologias digitais podem ser ferramentas poderosas para a aprendizagem, criatividade e conexão social, especialmente em contextos de educação a distância ou para crianças com dificuldades de aprendizado que se beneficiam de recursos interativos e personalizados. É necessária uma abordagem equilibrada e informada para o uso de telas por crianças e adolescentes”, conclui o professor.