O nome completo é Dispositivo Intrauterino, mas provavelmente você o conhece apenas pelas iniciais: DIU. Estamos falando de um dos métodos mais seguros para evitar a gravidez e que tem sido adotado por cada vez mais mulheres no Brasil.
Com 99% de eficácia, o DIU é um pequeno dispositivo em forma de T inserido no útero que tem ação duradoura e eficaz. Sua ação muda a forma em que o esperma se move, fazendo com que não possa chegar ao útero.
Apesar do aumento da procura nos últimos anos, a porcentagem de mulheres brasileiras que optam por esse tipo de contraceptivo ainda é baixa, próxima dos 3%.
"A grande diferença dos DIUs em relação aos outros métodos contraceptivos é que não dependem do hábito da usuária de lembrar de usar para manter sua eficácia contraceptiva. Por ser um método contraceptivo de longa ação, eles têm eficácia superior e a duração deles é maior", explica a ginecologista Rebeca Miotto. Uma vez colocado, o DIU protege contra a gravidez por um período entre 5 e 10 anos, a depender do modelo escolhido.
Além do DIU, o Sistema Intrauterino (SIU) também tem ação eficaz e prolongada. Ele se diferencia do DIU convencional (de cobre ou de cobre e prata) por liberar hormônios no organismo - por isso é popularmente conhecido como DIU hormonal. Saiba mais sobre as diferenças entre eles:
O dispositivo intrauterino pode ser usado por qualquer paciente após a primeira menstruação. A exceção são mulheres com má-formação uterina, alguma deformidade na cavidade uterina ou sangramento uterino anormal de causa desconhecida, explica a doutora Rebeca.
Antes de ser colocado, a paciente realiza exames para garantir que os órgãos reprodutivos estejam saudáveis e que não tenha nenhuma Doença Sexualmente Transmissível (DST). Por falar em DST, o DIU não protege contra elas. Por isso, a importância de continuar se protegendo contra elas mesmo após aderir a esse método contraceptivo.
"O DIU tem poucas desvantagens. Algumas delas são que o DIU não hormonal pode aumentar cólicas e sangramento vaginal. E nenhum dos dois tipos, seja hormonal ou de cobre, ajudam a controlar questões da pele, como oleosidade e acne, ou nos sintomas de pacientes que têm TPM", diz a ginecologista.
Um dos principais motivos para a baixa adesão das brasileiras ao DIU são mitos associados ao seu uso. Vamos falar sobre alguns deles?
No Sistema Único de Saúde, o DIU é colocado por um médico de família ou enfermeira capacitada. Quem utiliza plano de saúde pode colocar o DIU no consultório do ginecologista. Algumas mulheres têm dúvidas sobre em qual fase do ciclo menstrual realizar a colocação. A inserção do DIU pode ser feita a qualquer momento, mas um dos mais indicados é o período menstrual, pois são dias nos quais o colo do útero está mais macio. É indicado permanecer em repouso no dia da colocação do DIU, evitando realizar esforços ou manter relações sexuais.
Algumas mulheres podem sentir cólicas desconfortáveis durante o procedimento, que demora entre 15 e 30 minutos. Por isso, o médico pode orientar a ingestão de um analgésico antes da colocação. A aplicação de anestesia é possível, mas não é comum. "A colocação do DIU pode ser feita no bloco cirúrgico, com anestesia, mas isso é mais reservado para pacientes que tentaram colocar o DIU no consultório e não toleraram. São casos bem específicos que devem ser avaliados individualmente", explica a ginecologista Rebeca.
Depois de colocado o DIU, a mulher estará protegida de uma gravidez não desejada por um período de até 10 anos, a depender do tipo de dispositivo escolhido. Caso mude de ideia e deseje engravidar nesse período, é preciso retirar o DIU.
Após a retirada do DIU, o anticoncepcional deixa de fazer efeito imediatamente. Na consulta com o médico, porém, o especialista pode recomendar que se espere alguns meses entre a retirada e a gravidez.
Tirou suas dúvidas sobre o DIU? Se ainda se sentir insegura, converse com seu ginecologista para escolher o método contraceptivo mais adequado ao seu estilo de vida.