Espinhas indesejadas têm aparecido em seu rosto durante a pandemia? É possível que o principal causador do aumento da acne seja um acessório que entrou de vez na rotina da população: as máscaras de proteção facial.
Elas são responsáveis pela aparição dos pontinhos vermelhos no rosto se tornar mais comum em meio à pandemia de coronavírus. O problema, então, leva o nome de maskne.
Apesar de parecer, não tem nada a ver com algum tipo de máscara de tratamento, e sim com a junção das palavras máscara e acne. Embora o termo não seja novo, era pouco difundido, já que a proteção, na maioria dos países, sempre foi exclusiva de profissionais da saúde.
“É uma nova classificação de acne, causada pelo uso da máscara. É algo super comum não só no Brasil, mas no mundo todo", explica a dermatologista Julia Ribar.
Ela completa: "A máscara fecha nosso rosto, gerando um ambiente mais úmido e quente. Isso provoca um atrito, deixando nosso folículo piloso entupido. Por isso, há maior produção de sebo, inflamação e infecção, com consequente surgimento de acne”.
Quando o maskne aparece, não indica disfunção hormonal, e sim, o que se chama de acne mecânica – ou seja, causada por um estímulo externo, vindo do atrito.
Para saber se a acne é causada pelo uso de máscara, observe se cravos e espinhas estão concentrados, principalmente, na região que fica coberta pela proteção – região das bochechas, queixo, mandíbula e nariz – e se a textura, a sensibilidade e a oleosidade da pele tiveram modificações, especialmente nesses locais. Se esses sintomas foram identificados… bingo! É maskne.
Se está acontecendo com você, saiba que há como driblar os efeitos indesejados na pele. O primeiro passo é a escolha correta do acessório para proteção contra o coronavírus.
“Se possível, recomendo utilizar máscaras não tão fechadas. Claro, há profissionais, como os da área da saúde, que estão muito expostos, e acabam tendo que, obviamente, usar máscaras como a Pff2 e a N95. Isso é mais importante para a saúde do que a questão estética", explica Julia.
Ela sugere que as pessoas, no geral, optem por uma máscara cirúrgica, descartável. De preferência, máscaras de algodão ou de tecidos descartáveis. A dermato faz uma analogia com nossas roupas utilizadas no dia a dia. Ao invés do couro e de malhas sintéticas, é melhor optarmos pelo algodão, que permite maior transpiração.
A lógica é a mesma para se proteger contra o coronavírus. “É importante evitar tecidos muito pesados nas máscaras. Quanto mais absorver, melhor”, alerta.
Além das instruções específicas para tratar a maskne, é importante adotar uma boa rotina de skincare. Isso inclui lavar o rosto duas vezes ao dia com sabonetes adequados, prescritos por dermatologista para o tratamento de maskne.
“Não se tratam daqueles que usamos no banho. São produtos faciais com medicações, ácidos e ativos para se conseguir o controle de oleosidade. Muitas vezes, só com o sabonetinho já se consegue fazer um controle tão bom que a paciente não precisa nem usar medicação. É o que acontece na maioria dos casos”, explica a dermato Julia.
Se a maskne apareceu, dê ao seu rosto toda a atenção que ele merece! É o famoso “fazer do limão uma limonada”. A nova patologia não fica restrita a um padrão específico de pele. Ainda assim, o conhecimento sobre o seu tipo de pele vai ser importante para usar os produtos adequados a ela mesmo depois que a maskne for embora. Quer ajuda para identificar?
Já sabe o seu tipo de pele e está utilizando o acessório adequado, mas o maskne segue aparecendo? Talvez seja a hora de procurar um dermatologista, até para otimizar o tratamento.
Ainda que a situação seja motivo de inquietação e incômodo, não considere a máscara como vilã. O cuidado é pessoal, mas os benefícios da utilização desse acessório são coletivos.
Ao usar a máscara, além de se proteger contra o vírus que pode estar circulando à sua volta, você impede a transmissão da Covid-19, caso esteja com a doença e ainda não saiba. As espinhas vão desaparecer e você vai continuar protegida.